domingo, 23 de abril de 2023

Dos sonhos a tua cabeça no meu peito

 Deitas a cabeça no meu peito,

E sonhas,

Sonhas que os meus sonhos se tornem realidade,

Sonhas que eu nunca deixe de sonhar,

Que nunca deixe de amar,

 

Deitas a cabeça no meu peito,

E sonhas,

Que o mar da minha infância,

Um dia,

Um dia nos entre pela janela,

 

Que um dia,

Os sonhos de sonhar…

Sejam os sonhos de sonhar,

Deitas a cabeça no meu peito,

E sonhas,

 

Sonhas que a madrugada acorde nos nossos corpos em paixão,

E sonhas,

Sonhas…

Deitas a cabeça no meu peito,

E rezas,

 

Deitas a cabeça no meu peito,

E pedes protecção Divina,

Que o teu Deus nos proteja,

Que o teu Deus nunca se esqueça de nós…

Deitas a cabeça no meu peito… e sonhas.

 

 

 

Alijó, 23/04/2023

Francisco Luís Fontinha

A pedra do amor

 

Escrevo, bebo, fumo merdas estranhas,

Fodo e sou fodido,

Enquanto estra pedra me olha,

Enquanto esta pedra pertence ao meu olhar…

Enquanto esta pedra é só minha.

 

Escrevo, bebo, fumo merdas estranhas,

Não rezo, porque nunca soube rezar,

Tão pouco acredito num Deus criador e todo-poderoso…

E se Deus tivesse criado alguma coisa,

Sem a menor dúvida,

A sua maior obra foi ter criado a mulher e a vagina.

 

Escrevo,

Bebo aquilo que fumo,

Fumo aquilo que bebo;

E depois de eu partir,

Quando o meu corpo for apenas poeira…

Esta pedra continuará a olhar-me,

Como eu a olho…

Porque as pedras também são belas,

Porque as pedras também são amor…

O amor de uma pedra,

A pedra do amor.

 

 

 

Alijó, 23/04/2023

Francisco Luís Fontinha


 Às vezes, o poeta/artista também precisa de vinho…


 Há sempre uma janela de luz na tua vida; escuta-a.

 




 (foto de Cristina Gaspar)

Serei sempre quem sou, nunca serei aquilo que os outros querem que eu seja.