sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
A solidão dos cigarros
Abraço-me à solidão dos cigarros
E dou-me conta das mangueiras
Poisadas nos meus braços
Cansados
Sem forças para acender a noite
Sem forças para folhear um livro de poemas
(conheço a solidão provocada
Sei que existe a solidão desejada
E cresce em mim a solidão
Nem provocada nem desejada
Cresce em mim a solidão dos cigarros)
Sem forças para folhear um livro de poemas
E dou-me conta das mangueiras
Tombadas no pavimento com cheiro a cacimbo
E sorrisos de criança
Abraço-me à solidão dos cigarros
E dou-me conta das mangueiras
Poisadas nos meus braços
E dou-me conta que não tenho braços
E que os livros de poemas arderam
Na sombra das mangueiras
E jazem na garganta do mar
E dou-me conta das mangueiras
Poisadas nos meus braços
Cansados
Sem forças para acender a noite
Sem forças para folhear um livro de poemas
(conheço a solidão provocada
Sei que existe a solidão desejada
E cresce em mim a solidão
Nem provocada nem desejada
Cresce em mim a solidão dos cigarros)
Sem forças para folhear um livro de poemas
E dou-me conta das mangueiras
Tombadas no pavimento com cheiro a cacimbo
E sorrisos de criança
Abraço-me à solidão dos cigarros
E dou-me conta das mangueiras
Poisadas nos meus braços
E dou-me conta que não tenho braços
E que os livros de poemas arderam
Na sombra das mangueiras
E jazem na garganta do mar
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Bem pago Mal pago
Tem razão sua excelência o senhor primeiro ministro de Portugal, concordo que seja mal pago.
Bem pago sou eu, desempregado e sem subsídio de desemprego a viver da misera reforma dos meus pais, e quase a passar fome.
Eu sim, Eu sou muito bem pago.
Manhãs de sofrer
Todas as portas se encerram
E todas as janelas fingem adormecer
Todas as paredes encolhem
Nas manhãs de sofrer,
Em todas as noites um livro se revolta
Quando olha o espelho de ontem e um travestido
Esqueleto brinca com um papagaio de papel
(Todas as portas se enceram
E todas as janelas fingem adormecer)
E à minha volta
Um poema sofrido
Em gemidos de mel…
E todas as janelas fingem adormecer
Todas as paredes encolhem
Nas manhãs de sofrer,
Em todas as noites um livro se revolta
Quando olha o espelho de ontem e um travestido
Esqueleto brinca com um papagaio de papel
(Todas as portas se enceram
E todas as janelas fingem adormecer)
E à minha volta
Um poema sofrido
Em gemidos de mel…
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