Francisco Luís Fontinha... Sem-abrigo|
quarta-feira, 19 de agosto de 2015
terça-feira, 18 de agosto de 2015
Cais dos náufragos imaginários
Voltarei
Um
dia
A
este porto de náufragos imaginários,
Venderam
os ossos à escuridão
Trocaram
a alegria pela tristeza…
E
parecem tão felizes como eu,
Desenho-os
na minha mão
Enquanto
lá fora
Lágrimas
em papel caiem sobre a calçada íngreme da solidão,
Sofro
E
tenho medo da paixão,
Voltarei
Um
dia
A
este porto de náufragos encalhados na fina insónia do corpo,
Saberei
porque durmo nesta cama de água salgada…
Saberei
porque vivo nesta roldana enferrujada pelas nuvens da manhã,
Ao
acordar,
Não
estás,
Pertences
aos ventos do Tejo…
Entre
um beijo de despedida
E
petroleiros acorrentados aos jardins de Belém,
Voltarei
Um
dia
E
este porto…
Só
Sem
ninguém,
Voltarei
Um
dia
Sem
saber o significado de regressar aos teus braços,
Esqueci
o odor do teu perfume,
Esqueci
a fúria do teu ciúme…
E
esqueci a janela do teu olhar
Diluída
numa folha amarrotada pelas montanhas da saudade…
Voltarei
Um
dia
A
este porto de náufragos...
Sem
remetente,
Ausente
de ti.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Terça-feira,
18 de Agosto de 2015
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