foto de: A&M ART and Photos
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O absorto corpo teu imaginado pela
louca espuma do mar,
há no silêncio pardas palavras e sons
melódicos, ou tristes... há no silêncio os poéticos sonhos da
ejaculação precoce,
o absorto corpo que mergulha na minha
mão, não existe, não chora... e não grita,
o silêncio reparte-se sobre as pedras
calçadas do abismo...
e o salário do poeta bebe-se nas
almofadas coloridas que as nocturnas noites deixam sobre a pele...,
sei,
o absorver-te enquanto uma varanda
balança na tempestade madrugada que da boca saciada acorda quando os
electrões da cidade correm em direcção aos rochedos teus abraços,
sei, agora..., sei que as tuas janelas
são tão frágeis como as finas folhas em papel onde invento
desenhos sem palavras, as descoloridas manhãs, os cortinados doentes
que deixam o sorriso do Sol atravessar a negrume sílaba da canção
da saudade,
sei que te queixas do alienado coração
de gelo,
das nuvens com olhos envernizados,
dos tapumes que não te deixam observar
o meu corpo... o absorto corpo teu imaginado pela louca espuma do
mar...
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 31 de Janeiro de 2014