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quinta-feira, 23 de março de 2023

Abraço

 Abraça-me, meu pedacinho de mar,

Abraça-me enquanto respiro,

Enquanto pinto no teu olhar

As noites de insónia,

Abraça-me, meu pedacinho de mel…

Enquanto nas minhas mãos brincam as flores

E os pássaros de sonhar,

Abraça-me…

Abraça-me…

Enquanto a noite tem luar,

Enquanto a noite não me assassina

Com os sonhos de um cadáver sonolento,

E nunca te esqueças de guardar…

Junto ao peito,

O meu retracto…

Nem o silêncio do vento.

 

 

Alijó, 23/03/2023

Francisco Luís Fontinha

sábado, 27 de agosto de 2022

Pedacinho de mar

 Porque te aprisionas

Nas nuvens da madrugada,

Porque te escondes nas palavras

Das noites magoadas,

Porque danças no amanhecer,

Porque habitas nesta estrada…

Porque és poema canção,

Canção de escrever,

Escrever coisa nada.

Porque és pedacinho de mar

Das tardes em revolução,

Porque voas na boca amar

Das palavras em construção,

Porque iluminas as noites sem dormir

E nas noites de luar…

Porque teimas em não sorrir,

Sendo tu um pedacinho de mar.

Porque te aprisionas

Nas nuvens da madrugada,

Quando o teu cabelo é samba,

Nos ventos de nortada.

Porque és pedacinho de mar

Menina das telas adormecidas,

E quando começas a voar…

Voar sobre as horas perdidas,

Sobre as mangueiras de infância…

Porque choras, pedacinho de mar

Nas marés esquecidas.

O traço no teu corpo desejado,

O silenciado beijo na boca do inferno

Em lágrimas mãos do poeta…

Meu pedacinho de mar ancorado,

Nas tristes rochas lunares,

Meu pedacinho de mar

Te peço para não chorares,

E te peço para voar…

 

 

Francisco Luís Fontinha

Alijó, 27/08/2022