Porque te aprisionas
Nas nuvens da madrugada,
Porque te escondes nas
palavras
Das noites magoadas,
Porque danças no
amanhecer,
Porque habitas nesta
estrada…
Porque és poema canção,
Canção de escrever,
Escrever coisa nada.
Porque és pedacinho de
mar
Das tardes em revolução,
Porque voas na boca amar
Das palavras em
construção,
Porque iluminas as noites
sem dormir
E nas noites de luar…
Porque teimas em não
sorrir,
Sendo tu um pedacinho de
mar.
Porque te aprisionas
Nas nuvens da madrugada,
Quando o teu cabelo é
samba,
Nos ventos de nortada.
Porque és pedacinho de
mar
Menina das telas
adormecidas,
E quando começas a voar…
Voar sobre as horas perdidas,
Sobre as mangueiras de
infância…
Porque choras, pedacinho
de mar
Nas marés esquecidas.
O traço no teu corpo
desejado,
O silenciado beijo na
boca do inferno
Em lágrimas mãos do poeta…
Meu pedacinho de mar
ancorado,
Nas tristes rochas lunares,
Meu pedacinho de mar
Te peço para não
chorares,
E te peço para voar…
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 27/08/2022
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