domingo, 28 de agosto de 2022

As tristes marés da madrugada

 Quando o corpo incendeia

As tristes marés da madrugada,

E sobre a ponte invisível do luar,

À meia-noite, uma flor de espuma,

Dorme na mão que semeia

O beijo de mar;

E peço à Virgem bruma

Que desenhe na alvorada,

 

Esta pequena canção de saudade.

Quando o corpo se enfeita de amanhecer

Nas sonâmbulas estrelas que habitam na cidade,

E o corpo é desejado,

E por vaidade,

O poeta enforcado,

Sem o saber,

Dorme junto ao mar…

 

Francisco Luís Fontinha

Alijó, 28/08/2022

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