O
fogo.
O
belo que arde,
O
feio que resiste à tentação da paixão.
As
lâminas da solidão quando alimentam as madrugadas de Inferno,
O
algodão,
A
barriga negra, queimada pelo xisto abstracto da noite,
O
cansaço da fogueira,
Que
descansa na calçada,
As
lâmpadas do sofrimento,
O
belo que arde,
O
fogo,
A
fogueira onde brincam as flores,
Os
pássaros e as abelhas,
Poisam
docemente nos teus lábios…
Apenas
nos teus; em mim, não.
O
medo de arder enquanto chove na minha mão,
O
medo de te perder enquanto chove no meu corpo salgado pelo Oceano do clitóris…
Amanhã,
Não.
O
fogo,
O
regresso das espingardas de cartão,
Pummmmmmmmmmmmmm….
Suicida-se
a poesia nas lápides,
Suicida-se
o poema nas palavras tristes das lápides…
E…
PUM.
O
tiro certeiro na cabeça do carteiro,
A
revolução dos petroleiros que a maré vomitou,
Marinheiros,
Mulheres,
Gajas,
gajos,
Embriagados
pelo amor.
Eu
não.
Nunca.
Pum.
Morreu
o caderno negro.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
24/04/2019