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terça-feira, 29 de novembro de 2022
sábado, 26 de agosto de 2017
O homem invisível
Dizem
que sou o homem invisível,
Sentado
numa mesa invisível,
Desenhando
na sombra quatro cadeiras invisíveis…
Estou
numa esplanada invisível,
Num
bar “Mercado” … também ele… invisível,
Solto-me
das amarras de vento,
Liberto-me
das searas perpendiculares ao quadrado da hipotenusa…
Brinco
com um velho copo de uísque,
E
o invisível homem cresce na praia da areia branca,
Está
noite, meu amor,
Tenho
nas mãos os três livros invisíveis que me ofereceste pelo Natal…
E
sinto que todos os Natais são invisíveis…
Tenho
saudades do meu pai,
Abraço
a minha mãe durante a tempestade, somos fortes, e vamos resistir a este caos
invisível…
Sabes,
meu amor…
Nunca
poderás beijar este homem invisível,
Filho
das cavernas,
Homem
dos barcos de papel navegando no Oceanos invisível da madrugada risível,
Agacho-me,
sento-me no teu colo, meu amor, e tenho medo dos furacões com olhos de
serpente, e tenho medo de perder-te neste bar invisível.
Francisco
Luís Fontinha
Alijó,
26 de Agosto de 2017
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