quinta-feira, 6 de julho de 2023

Floresta

 

Escondo-me na floresta dos silêncios

Onde aprisiono as palavras da madrugada,

Levito pelas sombras em silêncio

Que brincam nesta floresta

Como uma árvore cansada…

Em busca do pôr-do-sol,

 

Encosto-me às sombras do silêncio

E procuro a solidão da noite,

E procuro a minha alma

Que vendi noutros tempos…

A um triste caixeiro-viajante,

 

Escondo-me na floresta da tristeza

Nas garras de um prometido luar…

Enquanto uma estrela cinzenta,

Em lágrimas…

Procura no silêncio onde me escondo,

Desta floresta dos silêncios…

As tristes minhas madrugadas,

 

Escondo-me dos dias,

Das horas dos dias…

E que a morte regresse…

Para levar para longe,

Este poeta que há em mim…

E todos os poemas que escrevi…

Acreditando

Que da floresta dos silêncios

Um dia… um dia nascerá a saudade,

 

E quando o poeta morrer,

Se Deus quiser que seja breve…

Na floresta dos silêncios

Ficarão as minhas palavras,

E um pedacinho do mar que tanto amei…

E que antes de morrer…

Prometo odiar

E inventar nestas árvores invisíveis…

O sonho de uma criança,

No sonho das lágrimas que a insónia transforma em poesia.

 

 

 

 

06/07/2023

Francisco

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