Queimarei, um dia, os
meus poemas,
Queimarei, um dia, todos
os meus desenhos
E todas as minhas
fotografias.
Queimarei, um dia, este
corpo que me transporta…
Deste corpo onde habitam
as flores em papel
E números de porta,
Números de polícia,
Queimarei, um dia, todos
estes livros…
E todos estes livros
E todos estes livros…
Estes livros,
As palavras que escrevo,
Os desenhos que faço…
O céu…
Se a minha vida foi um inferno,
Queimarei, um dia, o meu
dia,
Acenderei, um dia, a
minha noite,
Noite em dia,
Do dia sem noite…
Quando a noite
Rouba ao dia…
O dia da despedida.
Queimarei, um dia, as
asas que me deram,
O fato espacial com que
visto a noite,
Antes de acordar…
E foder o dia,
De dia…
Até um dia…
Até que um dia,
Terei …
O mar.
Francisco Luís Fontinha
25/05/2023
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