sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Poemas em flor

 Não durmo

Meu amor

 

Não posso dormir

Quando tenho nas mãos

A seiva envenenada dos poemas em flor

 

Não durmo

Meu amor

 

Como dormem os peixes e os pássaros

As árvores e as folhas das árvores

Não durmo

Como dormem as estrelas e o luar

Não durmo

 

Meu amor

Não durmo

 

E se um dia os meus poemas morrerem

Eu vou dormir

Vou brincar

Saltar sobre as sebes do meu quintal

Se um dia

Se um dia acordar no teu peito

 

Vou trazer o mar para os teus lábios

E transportar o silêncio para o teu olhar

 

Não durmo

Meu amor

E se eu dormir

 

Acorda-me para ver o primeiro sol da manhã.

 

 

 

 

 

Alijó, 02/12/2022

Francisco Luís Fontinha

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