Não durmo
Meu amor
Não posso dormir
Quando tenho nas mãos
A seiva envenenada dos
poemas em flor
Não durmo
Meu amor
Como dormem os peixes e
os pássaros
As árvores e as folhas
das árvores
Não durmo
Como dormem as estrelas e
o luar
Não durmo
Meu amor
Não durmo
E se um dia os meus
poemas morrerem
Eu vou dormir
Vou brincar
Saltar sobre as sebes do
meu quintal
Se um dia
Se um dia acordar no teu
peito
Vou trazer o mar para os
teus lábios
E transportar o silêncio
para o teu olhar
Não durmo
Meu amor
E se eu dormir
Acorda-me para ver o
primeiro sol da manhã.
Alijó, 02/12/2022
Francisco Luís Fontinha
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