Esta espada apontada ao peito
Este peito refém de um
cigarro
Está triste
E cansado
Que terei eu no meu
peito?
Um coração envenenando
Ou
Um coração em papel
Onde escrevo
E desenho as primeiras
lágrimas da amanhã,
E esta espada
Qual a Nacionalidade
desta espada?
Uma espada apontada ao
peito
E o meu peito
Ofegante
Em silêncio,
E no silêncio
O meu peito refém de uma
espada
Morre
Lentamente
No sorriso da alvorada,
Uma espada
No peito
Este coração
Em papel
Em cartão,
No peito uma espada
Uma espada de sombra
Como o teu nome
Quando brinca
Quando brinca na sanzala
da saudade,
Tenho uma espadada apontada
ao peito
Uma espada sem nada
Uma espada
Uma espada triste e
cansada,
Uma espada em liberdade.
Alijó, 03/12/2022
Francisco Luís Fontinha
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