Trazes nos olhos
O doce mel do mar
Que em teus lábios de
fina madrugada
Dançam as andorinhas da
adornada Primavera
Que na tua boca inventam
o beijo,
Que no teu corpo
Menina em marítima
lágrima de sono
As minhas mãos escrevem
O poema em construção
Do desejado Deus em
oração,
As flores que transportas
nas mãos
Do silenciado sorriso do
centeio
Às pobres pedras da
calçada
Onde danças
E brincas menina cansada,
E sorris à alegria janela
Que a manhã semeia e levita
Nas árvores envenenadas
da paixão
E as nuvens poéticas em
pérfidos luares
Poisam nas tuas coxas de
ribeira acoitada,
É a tua voz que se
liberta desta lareira
E em cada pedacinho de
insónia
Diz-me ao ouvido
Que o doce mel que trazes
do mar
São os sonhos que
escreves no meu peito.
Alijó, 22/11/2022
Francisco
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