Se um dia o mar acordar
Do sono infinito desta
cidade de Deus
Quando a noite inventa a
paixão
Que se suicidou num belo
Domingo
Enquanto os putos
brincavam junto ao rio,
Se esse dia regressar
E se esse dia trouxer toda
a poesia das montanhas
Eu
O mendigo das esplanadas
em papel
Poisarei os meus braços
nos teus braços,
Depois
Os pássaros que falam e
cantam junto à lareira
Que me olham
não me conhecem
mas voam sobre a minha sombra,
Depois
O vento esfarrapado em
pequenas brincadeiras de café
Beijam os corpos em putrefacto
silêncio
Que a boca do inferno
Aprisiona nas lágrimas de
cera,
Que as pobres abelhas
deixaram sobre o mar
Os barcos amam-se em
amontoados corpos de sucata
Dentro de um cubo de
vidro
Quando as árvores
Tombam sobre a sombra
fina das manhãs de Inverno.
Alijó, 22/11/2022
Francisco
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