terça-feira, 4 de outubro de 2022

Quando tudo arde

 

Enquanto tudo arde,

As minhas palavras são assassinadas,

Enquanto tudo arde,

As minhas telas… também elas, ardem,

 

Enquanto tudo arde,

O sono transforma-se em insónia,

A paixão…

A paixão também arde,

 

E pego nas cinzas,

Semeio-as nas encostas do Douro,

Sento-me sobre este rio…

E também eu, sinto-me em chamas,

 

E espero que a noite me leve.

Enquanto tudo arde,

As minhas palavras,

As minhas telas… morrem.

 

 

Alijó, 04/10/2022

Francisco Luís Fontinha

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