domingo, 9 de outubro de 2022

Poema em ruínas

 Acabo de sepultar

As tuas palavras neste vaso de porcelana,

Cerro-o para jamais chorar,

E lanço-o na lareira em chama,

 

Assassino o poema,

Ergo-o sobre as lágrimas do mar,

E enquanto olho aquele vaso de porcelana,

Finjo que as minhas palavras são pedacinhos de luar…

 

São um pedacinho de nada.

Sepulto o poema na tua mão,

E espero que acorde a madrugada,

 

São as minhas ruínas em tristes palavras de abraçar,

São janelas que se cerram no meu coração,

Sem perceber que este poema é um pedaço de lágrima a chorar.

 

 

Alijó, 09/10/2022

Francisco Luís Fontinha

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