Converso
com estes cadáveres em fotografia
Que
durante a noite poisam sobre o meu peito,
Olho-os
e percebo que são poeira
E
que voam sobre o mar,
E
que nos seus lábios
Transportam
o Outono,
Converso
e escondo as minhas palavras
Nas
ardósias negras da manhã,
É
tão triste,
Que
os pássaros que deixaram de voar,
Hoje,
Sejam
apenas sombras suspensas nas árvores da saudade,
Converso
e sinto a luz que ilumina o sonho,
E
estes cadáveres são pequenos nada…
Olha…
Nem
flores conseguem ser,
Que
depois de cadáveres…
Habitam
nelas o lindo perfume da madrugada,
Nem
pedras sabem ser,
Porque
são apenas cadáveres em fotografia.
Alijó,
29/09/2022
Francisco
Luís Fontinha
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