Somos pequenos farrapos junto á lareira,
Inúmeras folhas
amarrotadas,
Somos palavras,
Somos corpos em poeira,
Somos fotografias
poisadas no nada,
Somos espelhos que
habitam a noite cansada,
Abraça o teu filho
Enquanto o tempo te
pertence,
Somos um rio sempre a
correr,
Somos músicas das paisagens
lunares,
Somos a maré e todos os
mares…
Somos corpos a
envelhecer,
Somos árvores que tombam
no chão,
Somos guerra, somos
canção,
Somos pedacinhos de mar,
Barcos aprisionados,
Somos esqueletos, uns
amados, outros… desamados,
Somos livro, somos o
silêncio de amar,
Somos nuvem, somos
foguetão…
Somos pequenos farrapos
na palma da mão,
E se não abraçares hoje o
teu filho…
Amanhã, ele, pode ser apenas
um pedacinho de saudade.
Alijó, 29/09/2022
Francisco Luís Fontinha
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