Flui o amor
Na rosa pétala geada,
Nasce nos teus lábios o
sabor a amêndoa cansada.
Desparece a madrugada,
Nas páginas do poema
flor;
Eis a manhã do meu
sonhar.
Todas as horas e, todos
os relógios a cantar,
Todas as flores na tua
mão
Dançando a cantiga de
embalar…
Flui o amor
Na rosa pétala geada,
Entre conversas de conversar
Entre murmúrios de
adormecer.
Pobre coração!
O teu.
Janela para o jardim do
amor,
Fotografia em flor,
Máquina volátil de enganar,
Revoltam-se todas as
flores
Deste jardim de madrugar.
Flui, flui o amor
Nesta mão pétala rosa
geada,
Canção de embalar,
Sorriso de nevão,
Cantiga,
Lágrima água ao acordar;
Dai-me a vossa mão,
Senhor, senhora, menina
de brincar.
O doce lençol de linho,
Na triste cama da Donzela
adormecida,
Menino,
Menina…
Foto muito querida.
Flores,
Paus,
Pedras de atirar,
Canções de mendigar
Quando a aldeia está a
arder,
O fumo alimenta-a
Como todas as rochas de
sofrer.
Encontrarás um dia o
alegre destino?
Só aos Sábados,
Só aos Sábados, menino.
Francisco Luís Fontinha,
Alijó-17/01/2021
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