Uma finíssima sombra de
gelo
Poisa docemente na tua
pele.
Todas as palavras,
escritas no teu corpo,
São poemas loucos, são
rosas, Senhor…!
São manhãs sem dormir,
São tardes infinitas,
São lençóis de seda,
Que agasalham o teu
corpo.
Uma finíssima tarde de
sono
Brinca nos teus lábios
encarnados,
Doces como a geada,
Transparentes como a luz
do teu olhar.
Todas as palavras,
Todos os livros,
São noites ensonadas,
São Primaveras
prometidas,
São toalhas de linho
Que adoçam as tuas mãos
de fada.
Brincam nos teus cabelos
Todas as estátuas da
cidade,
Onde habitam todos os
pássaros em papel
Que a tua mão construiu
na noite,
Todos os silêncios,
São lágrimas de sorrir,
São sorrisos de chorar…
Que só os pequenos livros
de poesia conseguem cantar.
Toas as faces,
Todos os dedos,
São finíssimas sombras de
geada
Que saltitam no teu
cabelo;
Eis as lágrimas da noite
Quando todas as crianças
dormem e,
Tu, sem o saberes,
Alimentas o povo faminto
de liberdade.
Francisco Luís Fontinha,
Alijó – 16/01/2021
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