Não
me interessa quem me apedreja,
Sou
um desgostoso filho da noite branca,
Sou
filho do feitiço amordaçado das tempestades sem nome,
Caminho
nos teus braços como uma serpente sem veneno…
Despois
do entardecer,
Vivo
vivendo a vida quotidiana das amoreiras em flor,
E
das tormentas encarnadas do amor…
Amanhã
vou zarpar para a montanha desconhecida,
Levarei
comigo um ramo de flores adormecidas pela tempestade,
E
não haverá lágrimas no meu rosto,
Nem
palavras nos meus livros desgraçados…
Um
sonâmbulo pede-me lume,
Faço
uma fogueira com a minha tristeza,
Sem
perceber que durante o amanhecer
Uma
árvore me visita,
E
me abraça fortemente,
E
a noite me incendeia…
O
dia termina na minha mão,
Os
teus dedos entrelaçados nos meus…
Sempre
que o sol acorda livremente
Nos
rochedos da solidão,
É
tarde,
O
tempo dorme docemente no meu ventre
Enquanto
junto ao rio o voo das gaivotas me atormentam…
E
tenho medo do teu sorriso pela madrugada,
Alimento-me
de nada,
Alimento-me
de uma vazia esplanada
Ancorada
na sombra da Primavera,
(Não
me interessa quem me apedreja),
E
das pedras invisíveis…
Ergue-se
a paisagem nocturna da janela sem cortinados,
Sente-se
o teu desgostoso perfume
Contra
o meu peito desajeitado,
Sem
nome,
Sem
morada…
Como
sou,
Sem
nada,
Despedido
dos teus sonhos…
Me
suicido na escuridão.
Francisco
Luís Fontinha
Alijó,
3 de Junho de 2017
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