os
dias anónimos
nas
falésias do sofrimento
o
mar sangrando nas lágrimas do só
quando
o corpo se despede
e
a alma voa em direcção ao abismo
a
escuridão dos dias camuflados pelo silêncio
a
sinfonia da paixão
nas
mãos desordenadas de uma criança
que
brinca em mim
até
ao pôr-do-sol…
depois
regressa a tempestade
traz
nos lábios os beijos da saudade
(que
só um sem-abrigo sabe fingir…
e
desenhar
antes
de partir)
tenho
na solidão um amigo
uma
amante desmedida
nas
finas películas do destino
tenho
no corpo um esqueleto vadio
sem
nome
pobre
agreste
como as palmeiras da minha terra…
e
quando eu menino
e
quando eu zarpava sem rumo
sem
precisar de bussola ou astrolábio
e
apenas me contentava
com
os finos cabelos do amanhecer…
Francisco
Luís Fontinha
terça-feira,
5 de Julho de 2016
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