O
sofro nesta vida desesperada
Que
nunca tive,
O
sono velozmente
Nesta
triste rua transparente,
Que
sente
E
sofre
Os
dias clareados,
O
sofro do sofrimento
Nos
sonhos abandonados,
A
sorte,
O
desejo envenenado,
Amados
Os
transeuntes invisíveis da madrugada,
E
vive
E
sofre
A
vaidade encarcerada,
As
metáforas do teu olhar
Embainhadas
nos silêncios de ontem,
E
hoje acordei
Desenhando
o teu rosto no meu rosto,
Sofri,
Sonhei
E
senti a verdade dos alicerces de prata,
A
cidade enraivecida,
O
vício encurralado nas avenidas
Sós
Com
soníferos de lata,
O
bairro de sucata,
A
rua deserta
Como
só tu sabes amar,
E
viver,
O
sofro sofrido
No
“foda-se” empobrecido,
No
“foda-se” libertado
Deste
verso comprido,
Saboreio-me
nos teus lábios,
E
pinto os meus lábios de sonolência,
Revejo
todas as fotos de infância…
Um
magricela doentio,
Em
cio,
Com
palavras em chapa,
Sofro,
O
sofro nesta vida desesperada
Que
nunca tive,
Que
nunca tive um ombro para chorar…
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
domingo,
31 de Janeiro de 2016
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