E
o Natal!
Sabíamos
que amanhã não haveria saudade, sabíamos que amanhã não gaivotas poisadas no
Tejo, estou muito doente
E
o Natal?
Tenho
a “Tara mais pesada que o Peso Bruto”, isso é grave, Doutor? Que sim, que nunca
mais vou ver o Rio nem as montanhas nem as prendas, nem…
O
Natal?
Quero
lá saber dele, nunca goitei dele, prendas, e que se “fodam” as prendas, e todos
os dias vinte e cinco de cada mês… estou muito doente, tenho a “Tara mais
pesada que o Peso Bruto”, gravíssimo meu Caro, gravíssimo meu Caro, pronto,
estou “fodido” a caminho dos cinquenta tudo aparece, é o Natal, é a Tara, é a
porra da idade, e nem o Caracol me consegue valer, sobe, sobe… e puf… parede
abaixo, capotou mesmo em cima da mulher que sabia falar Russo, tristeza, a Tara…
e eu só queria ter uma cabana no cimo do monte, uma mulher que falasse Russo e
uma montanha embalsamada no meu corpo, a aventura, o silêncio na procura do
abismo, o Natal, prendas, e que se “fodam” as prendas, prendas…
(ficção)
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
domingo,
27 de Dezembro de 2015
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