Apago
o apito da sinalização em direcção à paixão,
Percorro
os trilhos construídos pelo cansaço,
Não
tenho medo…
O
salivar réptil das janelas do sonho,
O
amor debruçado nas clarabóias da insónia,
Habito
em ti, meu amor,
Pareço
uma folha de papel brincando na fogueira dos beijos,
E
nos teus lábios…
A
seara envenenada por um rio clandestino,
A
ponte,
A
passagem para os teus seios,
Neste
jardins de arbustos enganados,
Dormem,
Sentem
o peso do teu corpo,
Voando
como uma gaivota,
Tenho
pregos no meu peito, meu amor,
Apago
o apito das recordações,
Vivo
nesta cidade procurando a tua sombra,
Nunca
mais,
Vi
barcos no Tejo,
Nunca
mais, meu amor,
Vi
os cadernos guardando as minhas palavras,
Estou
só, meu amor,
Amando,
meu amor, estarei sempre só…
Como
as fotografias da minha infância,
Como
eu te amo… meu amor,
As
madrugada debruçadas nas carcaças da poesia,
Abutres
comendo os meus olhos,
Sinto-te,
meu amor, junto a mim…
A
ponte,
A
luz que acaricia a ponte,
Ela
geme,
E
grita,
O
orgasmo metálico das treliças,
O
masturbar dos pilares em cada olhar,
Firme,
Ela
sabe que amanhã não haverá noite,
Palavras,
E
desejo…
Mesmo
assim, meu amor,
Lisboa
é a minha amante secreta…
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Domingo,
2 de Agosto de 2015
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