Os
berros argamassados da menopausa, o sal brincando nas encostas do
abutre negro, a carne em putrefacção, distante, os berros
Amanhã
vamos?
Berros,
os berros das medusas entranhados no corpo, os sonhos morrem, morrem
os beijos e as carícias da madrugada, menstruais palavras dentro do
poema, gritam, da menopausa, perdeu-se o silêncio eterno das
andorinhas em flor,
João?
Sim,
pai,
Onde
puseste os meus óculos?
Sei
lá...!
Dentro
da fala, os sons em delírio, porque dentro deste quarto habitam
livros decadentes, desenhos sem rosto, imagens, fotocópias de
fotografias a preto e branco, muito longe
João?
Sim...
pai...!
Os
homens chegaram, temos de retirar todas as rosas do nosso jardim, não
vamos deixar que nos penhorem a melhores rosas da aldeia, pois não'
Não,
pai...!
Aos
berros, da menopausa, o sal brincando nas encostas do abutre negro,
sobre ela o beijo desenhado na areia, colorido, embrulhava-a numa
estrofe envergonhada, levava-a para as cabanas dos sonhos
adormecidos, cerrou os olhos
Foi
bom, amor,
Só?
Só
Os
olhos na cárcere do sofrimento,
Stop...
Só,
as sílabas dos fósforos em aventuras,
Stop,
aos berros... o Rossio embriagado...
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Quinta-feira,
5 de Março de 2015
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