(desenho de
Francisco Luís Fontinha)
Estes versos não
têm destino,
imagino-me na
penumbra saudade das arcadas em flor,
janelas prateadas,
com grades de nylon,
âncoras, barcos
encalhados no meu peito,
o sal,
e a noite,
quando termina o
calendário suspenso numa parede sem memória...
e o mar avança para
mim como um cão faminto,
tão faminto como a
própria sede,
a tranquila viagem
nos confins da paixão,
como se alguém
apagasse todos os candeeiros da cidade,
e todas as sombras
do luar,
amanhã estes
versos...
num mísero caixote
perfumado,
com corações de
areia húmida,
e nem assim
conseguem acordar as jangadas de silêncio
que vivem
enclausuradas numa rua sem nome,
nem idade...
estes
versos
não
têm destino...
ou estória.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 20 de
Fevereiro de 2015
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