(desenho
de Francisco Luís Fontinha)
Sinto-me
um caixote em madeira, um socalco lágrima descendo até ao Douro,
uma eira, imaginada em Carvalhais – S. Pedro do Sul, sinto-me a
noite vestida de negro, abraçada aos meus sonhos, sem poder mais,
Amanhã,
meu amor!
O
circo, os palhaços narcisados nas palavras escritas pelo fantasma do
silêncio, a minha vida uma “merda” comparada com a vida dos meus
vizinhos, hoje sonhei que a pobreza tinha morrido... como se a
pobreza tenha morte... este momento embriagado em poemas de amor,
Poder
mais...
Os
sorrisos, a mentira do soneto sobre os ombros vergados de uma enxada,
o cristal opaco que sobressai nas fotografias de infância, a dor, e
a doença
Sinto-me
E a
doença sifilítica nos dedos do artista, adormece a tela, o poema e
a musa do poeta,
Sinto-me...
um suicidado cadáver de esperma, um transeunte canalha com
suspensórios e gravata, e sapatos de ponta delgada,
Um
café Doutor?
Café...
Faltam-me
os cigarros...
(texto
de ficção)
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Quinta-feira,
19 de Fevereiro de 2015
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