(desenho de
Francisco Luís Fontinha)
sentíamos o peso do
clítoris amanhecer
suspenso nas telhas
de vidro do silêncio
tínhamos nos braços
o suor das palavras
consumidas pelo fogo
da paixão
havia um abraço de
luz
nas verdejantes
lápides da solidão
e apenas um
finíssimo orgasmo de iões brincavam nas pálpebras da escuridão
havia o medo de não
regressar
estávamos em
círculos de papel
quando do espelho
corpo em evaporação
uma gaivota
soletrava os gemidos da maré...
os barcos
arrependidos choravam como choram as crianças em flor.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sábado, 24 de
Janeiro de 2015
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