sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Gladíolo adormecido


As imagens tridimensionais da fotografia a preto e branco
há no seu rosto a melancolia da cúbica equação
as sílabas castanhas do primeiro amor
a equação em dor
a metáfora linhagem do sangue embriagado
cintilando
amar
não tenho vida
sou um desabitado eterno apaixonado...
pelas palavras
sorrisos
e riscos

havia outro comboio para regressar aos teus lábios
perdi-o passivamente
como um gladíolo adormecido
derrubei muros invisíveis
palhotas de silencio
antes de nascer o dia
fui habitante da cidade dos mabecos
menino desenhando círculos
na húmida saudade
que só a chuva consegue abraçar...
e hoje
hoje pertenço às imagens tridimensionais da fotografia a preto e branco.



Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 23 de Janeiro de 2015

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