foto de: A&M ART and Photos
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não percebes que vivo enclausurado num
caixote de vidro
que uso suspensórios
tenho falhas de memória
não percebes que eu vivo
prisioneiro de uma tempestade de areia
onde vivem nuvens com perfume de
laranjeira...
que adormeço sonhando com rochas
suspensas no tecto do sótão enraivecido
dos gritos vulcânicos da montanha da
morte
não percebes que és uma mentira
vestida de negro
passeando pela noite até encontrar o
espelho da vaidade
sorrindo às vezes
chorando quando caiem os desenhos
abstractos das paredes envergonhadas...
(sou de ti) responsável pelo teu
fingimento
como são os livros das tuas mãos
como são...
os roseirais da tia Guilhermina
marinheiros vagabundos dormindo sobre
mesas embriagadas
e não percebes
não entendes
que há marés de madeira
e todas as semanas aparece um
Pôr-do-Sol nos cortinados do medo
os roseirais da tia Guilhermina
morrem e querem de ti o esqueleto
mentiroso
que as palavras dissipam na claridade
dos pequenos teus olhos verdes
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quarta-feira, 28 de Agosto de 2013
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