sexta-feira, 16 de agosto de 2013

As loucas palavras?

foto de: A&M ART and Photos

Como acreditar... como confiar... como? Apenas acreditando e confiando..., apenas navegando, apenas, sem mais, nada mais do que, como? Apenas, e muito, os livros e as personagens dos livros, os livros e as estórias dos livros, os livros, as mulheres, as mulheres e o corpo das mulheres, sós, apenas, como?
Como ser feliz quando não se é feliz, como, como acreditar... como confiar... como?
Sendo,
E apenas, voando como as nuvens de chocolate na boca das crianças, como, sendo, as proibidas manhãs com Sábados invisíveis, acreditando?
Sendo, parecendo ser e não o ser, esperar, esperar, só, sentado, numa banco em pedra, frio e húmido, de esqueleto quebrado, os ossos acabados de submergir das profundezas vozes sem as ditas
Palavras?
As loucas palavras?
Sendo, eu sei, voando, se eu soubesse, voava dentro de ti, teu corpo de magnólia com perfume a desejo, e ficando, e deixando
As loucas palavras?
Como retirara venda dos olhos, se ela, se ela é de aço maciço, como cordas de sisal suspensas dos céu, servindo, como acreditando, apenas para acolher com doçura as velhas e cansadas árvores, as alegres e as tristes, como nós, e apenas, voando, e sendo, como tu, sofrendo como tu, apenas, assim... como as algibeiras da noite rompendo a madrugada e pintando o sobejante com acrílicos em cadáveres, quase a serem enterrados vivos na fogueira, sendo, acreditando e
Palavras?
As loucas palavras?
Sofrendo, e ardendo em ti quando transportas contigo a fogueira inventada numa noite de Inverno, quando sentados, nós, desenhávamos o fogo nas paredes do escritório, como acreditar?
Acreditando,
E
E como confiar?
Confiando,
Não o sei, apagando esse fogo, ouvindo a música das plantas, simplesmente... ouvindo e sonhando e
Acreditando?
E acreditando...
Acreditar? Brincando como palavras sós, desejosas de serem desejadas, brincando, brincando sós, nós, entre árvores e rios, e socalcos como telas envelhecidas das paredes novas do amor, acreditando?
Acreditar... que, talvez, o amor, viva como vivem os homens e as mulheres, brincando, e sofrendo, e acreditando... confiando, vendo e sendo, uma noite vestida com pregos e tábuas finas, e as lâminas de água, e os barcos envenenados com saudade e o silêncio,
Confiando?
Como confiar se amanhã pode não ser Sábado?
Sendo,
E apenas, voando como as nuvens de chocolate na boca das crianças, como, sendo, as proibidas manhãs com Sábados invisíveis, acreditando? Acreditar, sim, sim sendo, sentados como ontem, sentados a ver o mar, a regressar de longe, apenas e sós, sendo, eles,
Acreditando,
Acreditando?
Acreditando que assim sendo, amanhã, amanhã regressará para nós, os ditos sonhos, que vimos fugir, que vimos partir... como um tornado correndo montanha abaixo, sós, nós
Acreditando?
E em acreditar... eu... sofrendo, sofri, não dizendo que... amanhã poderá não ser Sábado,
Quem o garante?
Ele?
Ela?
Ou... vós, vós que sois cortinados de uma janela à beira do precipício...
Esperando
Acreditando que acreditar,
Não,
Não somos o vento, porque se o fossemos... tínhamos nãos mãos asas... e temos dedos, dedos de acariciar corpos sofrendo, corpos desejando, corpos... acreditando.

(não revisto – ficção)
@Francisco Luís Fontinha
sexta-feira, 16 de Agosto de 2013

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