foto: A&M ART and Photos
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Não encontro esses olhos mergulhados
em pedacinhos
de som da cidade dos rios
não encontro os cabelos do vento
suspenso num livro de poemas
entre mãos e tristezas tardes onde
ancora o silêncio provocado
pelos teus beijos de cianeto,
Não encontro transeuntes na tua cidade
com mãos para me acenarem
com pernas
se possível
para me pontapearem quando me
transformo em canino rafeiro...
Não encontro as charruas que escrevem
nos montes bravios
sílabas vestidas com água fresca
e enxadas que provocam na solidão
feridas e dor e sonhos em frente às
montras de uma livraria
sem saberes que te sentas nas planícies
dos cisnes,
Não encontro a fogueira dos teus
lábios
sobre a lareira da tua boca
fechada
ausentada de mim
como as horas de Sábado depois de
partir a noite,
Depois
depois de ficares aprisionada a um
banco com ripas de madeira
a inventares no calendários das
cidades
nomes de ruas e ruas com edifícios que
têm nas pálpebras pequenas migalhas de cimento
como o cianeto dos teu beijos antes de
me abraçares...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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