sexta-feira, 17 de junho de 2016

Veneno da inocência…


Sem ti as palavras obedecem à desordem das coisas não belas,

Senti no meu corpo o abstracto silêncio

Das noites envidraçadas,

Os pincéis suspensos no tecto da alvorada

Esperando que a tela da solidão regresse do ontem,

Sem ti os poemas envenenados pelo veneno da inocência…

Que belo…

O amanhecer,

Que belo…

A noite caiada pelas mãos da madrugada,

A noite cinzenta e magoada…

Que belo… sem ti, sentir os teus lábios nos meus lábios…

 

Francisco Luís Fontinha

sexta-feira, 17 de Junho de 2016

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Noite de ninguém


Uma fotografia sem ninguém

Dorme sobre a minha secretária,

Do lado esquerdo, deitada, a sonolenta caneta de tinta permanente…

Assustada,

Ausente,

De mim,

 

Que pertenço às imagens prateadas.

 

Francisco Luís Fontinha

quarta-feira, 15 de Junho de 2016

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Crianças de sombra


Morrem os dias de tédio,

Envenenam-se as horas com o tédio dos dias,

Desmoronam-se os castelos de areia

Sobre os corpos carbonizados,

Que os dias aprisionam aos barcos embalsamados,

Divide-se o silêncio pela insónia,

Subtrai-se à paixão a solidão…

E multiplica-se o desejo pela noite adormecida,

E assim, os dias de tédio,

Habitam-me como janelas acorrentadas ao sofrimento…

Morrem,

E divertem-se como crianças de sombra.

 

Francisco Luís Fontinha

segunda-feira, 13 de Junho de 2016