domingo, 15 de março de 2015

Árvore


Árvore
que cai no lamacento pavimento do sorriso
se deita
e fica
imóvel
tranquila
na árvore
a conquista não conquistada
o fervoroso sono da alquimia
o centro
o ponto imaginado pela mão do regresso
e fica

árvore
caída na circunferência do amor
e a paixão
imóvel
corre
corre...
porque a terra é um poço invisível
porque há nas palavras pequenos silêncios
a humidade
dos corpos
no chão
o cheiro

que parte
e não volta
o teu perfume secreto
nas pálpebras da manhã
e fica
árvore
sofrida
perdida nas pedras da calçada
desce e sobe
e senta-se...
no chão
dos narcisos em putrefacto esqueleto da escuridão nocturna...



Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 15 de Março de 2015
“Fodes comigo ou não...” o poeta para o poema, embrulhado nas sílabas da ira, o medo, a fome construída em cartão, um sonho de luz abrigado nos teus olhos, e ele
Pai, o que é “foder”?
E ele, pincelado de mendigo
Filho,
Sim, pai,
As palavras...


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 15 de Março de 2015