quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Malmequeres sem nome...


Tinha o odor dos teus lábios nos meus lábios,
uma tempestade de silêncio... levou-o...
o vento absorveu os teus cabelos,
que se passeavam no jardim dos plátanos,
senti a morte nos meus braços,
desfaleci... e aos poucos via-me dentro do espelho da saudade,
gritei...
e ninguém me ouvia,
até que desceu do luar um sorriso de nada,
agarrou-me,
fortemente conta o seu olhar...
e hoje... e hoje pertenço aos malmequeres sem nome...


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quarta-feira, 10 de Setembro de 2014

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Escuridão


Esta escuridão que não cessa de gritar,
esta montanha que não se cansa de chorar,
as tuas mãos, meu querido, suspensas no amanhecer,
este mar que te leva para o infinito,
quando do silêncio acordam as ninfas coloridas da dor...
este porto sem correntes,
esta cidade endiabrada que foge do teu olhar,
as árvores que tombam... e... e tu não sentes,
esta escuridão,
nas tuas pálpebras de cartão,
submersas em palavras com odor a tristeza,
esta vida, meu querido... esta vida que teima em destruir-te como se fosses pequeníssimas bolas de sabão...


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Terça-feira, 9 de Setembro de 2014

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Melancólica saudade


Este poço impávido com janelas para a morte,
um telhado de vidro que lhe esconde as feridas em falsas palavras,
o poema morto, o poeta de braços cruzados...
sem conseguir cessar a tempestade,
este poço amargo, este poço invisível,
escondido nos algerozes da solidão,
de palha o esqueleto do homem arde...
e oiço levemente sobre o a mar as cinzas da indefinida melancólica saudade!


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 8 de Setembro de 2014