Podia prescindir
de viver com livros e literatura
de escrever
ler
mas não fumar cigarros
é como fingir
semear orgasmos
no meio da rua
domingo, 13 de maio de 2012
os livros o medo todos os sonhos
travestis
putas
homens honestos
ruas em cidades
aldeias sem ruas
prédios sem janelas
e luas
nuas
sem portas de entrada
jardins floridos
fodidos
a literatura
os livros
o medo
todos os sonhos
na sepultura
putas
homens honestos
ruas em cidades
aldeias sem ruas
prédios sem janelas
e luas
nuas
sem portas de entrada
jardins floridos
fodidos
a literatura
os livros
o medo
todos os sonhos
na sepultura
sábado, 12 de maio de 2012
Vi o vento partir
vi o vento partir
da esplanada na tarde de Agosto
fingi sorrir
sorrir sem gosto,
vi barcos atracados nos muros da insónia
cabeças sem estrelas
línguas afiadas às paredes do inferno,
vi crianças sem pão
sem pátria sem memória
vi o vento partir,
ouvi o silêncio de uma nação
com história
a resistir,
a mentir,
(Vi o vento partir
da esplanada na tarde de Agosto
fingi sorrir
sorrir sem gosto),
a fugir
o povo mastigado
cansado
o povo a fingir
sossegado
a mentir
vi soldados
de punho cerrado
antes de acordar a alvorada
gargantas cortadas em pedaços
sem braços
a madrugada.
da esplanada na tarde de Agosto
fingi sorrir
sorrir sem gosto,
vi barcos atracados nos muros da insónia
cabeças sem estrelas
línguas afiadas às paredes do inferno,
vi crianças sem pão
sem pátria sem memória
vi o vento partir,
ouvi o silêncio de uma nação
com história
a resistir,
a mentir,
(Vi o vento partir
da esplanada na tarde de Agosto
fingi sorrir
sorrir sem gosto),
a fugir
o povo mastigado
cansado
o povo a fingir
sossegado
a mentir
vi soldados
de punho cerrado
antes de acordar a alvorada
gargantas cortadas em pedaços
sem braços
a madrugada.
cansaços de amar
Os olhos
gotículas pétala flor
em cansaços de amar
nos olhos
o perfume de uma flor
quando a noite se suicida no mar
gotículas pétala flor
em cansaços de amar
nos olhos
o perfume de uma flor
quando a noite se suicida no mar
sexta-feira, 11 de maio de 2012
e é tão triste o inverno
Olho-te sem me olhar
nas paredes do inferno,
olho-te em sonhos de sonhar
quando os lençóis do mar
em beijos amar
adormecem sem acordar,
olho-te sem me olhar
nas paredes do inferno,
e é tão triste o inverno...
nas paredes do inferno,
olho-te em sonhos de sonhar
quando os lençóis do mar
em beijos amar
adormecem sem acordar,
olho-te sem me olhar
nas paredes do inferno,
e é tão triste o inverno...
coisas invisíveis
imaginárias
as coisas invisíveis que vivem em mim
os sábados sem cigarros
domingos sem poesia
e hoje
sexta-feira...
(imaginárias
as coisas invisíveis que vivem em mim)
e hoje escrevo num sábado com cigarros
e o domingo sem poesia
e o domingo com nuvens sobre o teu peito
e hoje
sem poesia
domingos deitado dentro de um cubo de vidro
sem janelas
portas...
imaginárias
as coisas invisíveis que vivem em mim
quando me olho no espelho.
as coisas invisíveis que vivem em mim
os sábados sem cigarros
domingos sem poesia
e hoje
sexta-feira...
(imaginárias
as coisas invisíveis que vivem em mim)
e hoje escrevo num sábado com cigarros
e o domingo sem poesia
e o domingo com nuvens sobre o teu peito
e hoje
sem poesia
domingos deitado dentro de um cubo de vidro
sem janelas
portas...
imaginárias
as coisas invisíveis que vivem em mim
quando me olho no espelho.
quinta-feira, 10 de maio de 2012
e coisas banais
A abelha do amor
perde as asas nos lábios de uma pétala
incendeia-se o desejo entre pergaminhos e palavras
e coisas banais
sem sentido
significado
coisas
muitas coisas
tal como as abelhas do amor
sem asas
sem palavras
sem nada
à espera que cresça a madrugada.
perde as asas nos lábios de uma pétala
incendeia-se o desejo entre pergaminhos e palavras
e coisas banais
sem sentido
significado
coisas
muitas coisas
tal como as abelhas do amor
sem asas
sem palavras
sem nada
à espera que cresça a madrugada.
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