Uma
equação morre no quadriculado papel da insónia,
Tenho
parábolas entranhadas no peito,
Acaricio
o foco…
Abraço
a directriz,
Aos
poucos sinto os traços do amor entre lágrimas de giz
E
pedacinhos de ausência,
As
curvas planas deambulam sobre o meu cabelo,
Oiço
o ranger da madrugada
Na
algibeira de um ardina,
As
palavras… voam em direcção ao mar,
Uma
cigana lê-me a sina…
Coitada…
coitada da geometria
Cravada
no silêncio da vida,
Coitada
da cigana… embrulhada na sombra de uma triste avenida,
Coitado
de mim…
Esquecido
numa seara de incenso,
Penso,
Não
penso,
Sinto
em ti o difícil sorriso caindo do alto da montanha,
Ela,
a cigana, corre, corre… e ninguém a apanha,
Estou
farto da poesia,
E
dos sonhos encastrados aos rochedos do medo,
O
sono fugiu de mim,
Partiu
para outro continente…
Não
me levou,
E
fiquei só,
Com
esta equação no quadriculado papel da insónia…
Vivo,
Respiro,
E
fumo… e fumo noites de agonia.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Quarta-feira,
19 de Agosto de 2015