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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Infâmia


A maré que chora
e
grita
o esperma emancipado da poesia adormecida
a lágrima
o sorriso de uma ferida
a maré que inventa meninos ao amanhecer
o mar endurecido
o mar... o mar a morrer
a sílaba
e
grita
a palavra
na vagina do silêncio...
a maré
cinzenta
a ratazana dos armários de vidro
a infâmia quando acorda o mendigo.



Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quinta-feira, 22 de Janeiro de 2015