Era
teu, meu amor,
Agora
pertenço ao grupo dos desalojados locais,
Apátrida,
Silencioso
esquecimento das nuvens em flor,
Solstício
da saudade, e lá ao longe, muito longe… um jardim de silêncios envenenados pela
escuridão,
Onde
adormecem as faúlhas,
Onde
poisam todos os pássaros em papel,
Antes
do nascimento do Sol…
Terra
queimada,
Húmus
da liberdade condicional,
Os
livros suspensos no teu olhar…
Quando
cai a noite,
Ausento-me,
Desapareço
no horizonte…
E
aproximo-me de ti como fazem as gaivotas na Primavera,
Abraçam-te,
Abraçam-te
enquanto um velho relógio se engasga entre ao catorze e as quinze horas,
E
morre…
E
morre no pulso do poeta,
As
faúlhas ventiladas das noites em claro,
A
clarabóia do destino encalhada nas estrelas,
Como
eu, como eu depois da partida do ausentado destino…
Velho,
velho de morrer.
Francisco
Luís Fontinha
Alijó,
6 de Julho de 2017