Este meu pobre mar abandonado,
Este lindo mar envenenado,
O mar triste e salgado,
Este mar amargurado,
Quando em minha mão,
Este mar desassossegado…
Morre no meu coração.
Este mar que não se cansa
de comer,
Este mar das palavras e
nas palavras de escrever,
Este mar que foge de mim
a correr,
Deste mar quase a morrer.
Este triste mar da
inocência prometida,
Este velho mar em
despedida,
Este grande mar quando
brinca na avenida…
Morre no meu coração.
Este mar das tardes em
poesia,
Quando beijo os teus olhos
perdidos no dia,
Este mar que sentia,
As palavras que eu não
sabia.
Morrer no meu coração.
E eu desconhecia.
Alijó, 27/11/2022
Francisco Luís Fontinha