foto de: A&M ART and Photos
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um silêncio de sombras perfumadas
emagrece na solidão noite desencantada
ouvem-se-lhes as palavras suspensas no
armário do cansaço
a parede estremece
desloca-se no sentido anti-horário
e a cabeça tomba sobre o laminado
pavimento de vento
há palavras proibidas
e proibidas flores habitam os jardins
dos solstícios envenenados
um silêncio de nada
em nada na cama da madrugada
há sombreadas manhãs não perfumadas
e perfumadas sombras
sombras sombreadas que as mãos
esquecem
aquecem
e dilatam-se como a pólvora alvorada
dos sinos em desalinho
e se eu pudesse
e se eu quisesse... escreveria a última
palavra sombreada...
a palavra curta
desalinhada
a palavra das palavras sombreadas
a palavra desabitada... quando acorda o
luar numa janela estilhaçada
escreveria... AMO-TE... e mais nada
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 1 de Dezembro de 2013