No silêncio da noite
Abraço-me às cinzas do
teu olhar
Derradeiro desejo que
toca a tua pele incandescente
Que no lençol do prazer
Deixa ficar as palavras murmuradas,
Na lareira
Os meus ossos desistem da
madrugada
E a terra arável das
minhas mãos
Evapora-se nos teus
seios,
Como são transparentes as
tuas mãos que me tocam
Num infinito gesto de
protecção
Como são belos os teus
olhos que me excitam
E desenham em mim as
estrelas sem nome
E me oferecem os gemidos
nocturnos da paixão,
Do silêncio da tua pele
Pedacinhos de mar
escondem-se nas tuas coxas de insónia
E da lareira onde os meus
ossos desistem da madrugada
Vem a mim o teu orgasmo
disfarçado de sono,
E a manhã acorda numa
fotografia
E traz a prisão das Pirâmides
E os dedos que te excitam
nas noites envergonhadas…
Alijó, 14/01/2023
Francisco Luís Fontinha
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