segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Flores do meu jardim

 Enquanto a manhã está em despedida

E o meu esqueleto envidraçado

(já em poeira)

Oiço o som da saudade

Aquele que ouvi durante a partida

E poisa docemente no meu passado,

 

E da manhã se vai o sono

O sono das tristes flores do meu jardim

Onde me sento

Onde me deito,

 

E esta manhã enervada

Abraça-se ao meu pescoço

Sufoca-me,

 

E depois de a manhã partir

Fico a olhar os pássaros

E as árvores,

 

E depois…

Depois vem a noite.

 

 

Alijó, 09/01/2023

Francisco Luís Fontinha

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