Um dia
Um dia morres e ninguém
se vai recordar de ti
Um dia
Um dia acordas
E sobre a
mesinha-de-cabeceira
Tens poisado o revolver
da solidão,
E uma fotografia de
quando era menino
Um dia quando fores à
janela
O rio que olhavas
O rio que abraçavas
Deixou de estar lá
Partiu para o mar,
Um dia deixas de ter casa
De ser homem
De ser criança
Um dia morrerás…
E nem o coveiro que te enterrou
se lembrará de ti,
E quando a tua última
palavra escrita morrer
Um dia
Quando chegar esse dia…
Não querias que chegue
esse dia!
Alijó, 08/01/2023
Francisco Luís Fontinha
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