Quando a noite
Em despedida
Dorme docemente nos teus
lábios.
A noite deixou de
pertencer às andorinhas em flor
E no meu jardim
Onde tenho palavras e
sonhos
Um poema cresce nos
lábios da paixão
E o dia nunca será meu.
Nada será meu nesta planície
De esqueletos
desventrados pelo sono
Das cansadas noites
Quando tenho poesia
E as estrelas dos teus
olhos.
No entanto
Oiço os meus poetas
Escrevo aos meus poetas,
Palavras
Desenho-os em telas nuas
Os corpos da neblina
E mesmo assim
Oiço-os pensando ainda
estarem vivos.
Quando a noite
Em despedida
Dorme docemente nos teus
lábios,
E do teu cabelo em
brincadeiras de vento…
A paixão dos pássaros em
nossas mãos!
E Deus?
Alijó, 01/12/2022
Francisco Luís Fontinha
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