Leio-te e oiço-te,
E delicio-me com as tuas
palavras,
E delicio-me com a tua
voz,
E quando dizes “digo mar
e o mar entra todo pela janela”, (AL BERTO)
Vejo-o entrar no meu
quarto e deitar-se no meu colo.
E se fosses tu, caravela
das minhas noites de insónia,
Que te deitasses no meu
colo
E me declamasses todos os
poemas,
E todas as palavras,
Invisíveis e possíveis,
Eu, o poeta dos teus
olhos,
Era um barco em pequenos
silêncios de papel.
Tinha flores e árvores no
meu jardim,
De saudade,
Morreram numa tarde de
Setembro,
E hoje, tenho as tuas palavras
e a tua voz
Para recordar as minhas
flores e as minhas árvores; e tenho o sono que deixou de dormir em mim.
Eu, o poeta dos teus
olhos,
Era um barco em pequenos
silêncios de papel.
Leio-te e oiço-te,
Enquanto esta lareira de
insónia me transporta
Para os teus braços e
percebo que habito numa cidade sem nome.
E um dia serei o vento
Que brinca nos teus lábios
de Outono,
Como eu brinquei nos
lábios de um rio,
E quando lhe tocava, ele,
começava a arder
Com ardem todos os corpos
mergulhados na paixão.
Alijó, 30/11/2022
Francisco Luís Fontinha
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