Este homem que vos escreve
Com um braço de sono no
coração
E daquele livro em
construção
As muralhas da cidade
Em círculos de insónia.
A fogueira esconde-se na
algibeira dos sonhos
Junto à janela
Amo-te enquanto os teus
pedacinhos de mel
Dormem sobre o meu peito
Onde juntamente com os
teus pedacinhos de mel
Uma espada rouba-me a tua
voz.
Não durmo enquanto a lua
não acordar
Não durmo enquanto dos
cortinados dos meus sonhos
Os pássaros da madrugada subirem
a montanha
E procurarem-me em vão
Como se eu fosse uma
sombra de pedra
Sem perceber porque
morrem as abelhas.
O meu corpo parece um
pequeno silêncio de espuma
Na secreta lápide onde
escondo as nuvens
E nesta mão
Este homem que vos
escreve
Dorme nos lábios da
cidade.
(dos pequenos lençóis do
sono)
Alijó, 25/11/2022
(Francisco)
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