Procuro na tua boca
O simples abraço nocturno
dos pássaros embriagados
Procuro nos teus lábios
Os barcos da minha
infância
Que repentinamente deixei
de olhar.
Tragam-me aquele mar de
incenso
Tragam-me as lágrimas dos
poemas
Que deixo no teu diário
E quando tiver o simples abraço
nocturno dos pássaros embriagados
Posso partir em paz;
entre o silêncio e a madrugada onde poisas a cabeça.
Procuro nas tuas mãos de
sono
As tristes palavras que
habitam no meu peito
E este feitiço de sémen
Permanecerá enquanto houver
manhã
Como as flores dos teus
olhos.
Alijó, 26/11/2022
(Francisco)
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